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Da Redação / Com Assessoria
Theatro Fúria apresenta 'Exóticus': uma experiência cênica e sensorial
O Theatro Fúria leva o projeto “Exóticus” para o Espaço Backstage, na Praça da Mandioca, neste sábado (17). Conceituado como uma “pesta”, uma peça que é uma festa, criará um ambiente festivo no Espaço Backstage, a partir das 20h. Nesta edição o duo de artistas conta com parceria da Natuavibe produções e participação da Banda Calorosa, DJ Chabox e a cantora Pri Pires. Os ingressos estão disponíveis pelo www.theatrofuria.com.
A atriz Carolina Argenta, que divide o palco com Péricles Anarckos, conta que a ideia é criar um ambiente festivo, mas não de uma celebração comum. “Uma festa estranha com gente esquisita. Aliás, a Cervejaria Cuiaverá está fermentando uma cerveja original especialmente para este espetáculo”, adianta Carolina.
A encenação propõe uma experiência para além da contemplação passiva do espetáculo. Por sua vez, Péricles explica que “o processo de construção da encenação tem como lastro uma das frases do texto: ‘Todos são exóticos, mas uns são mais exotizados do que outros’. O público vai perceber que o espetáculo fala dele. Não será uma peça para o público que se autodefine como comum. É uma peça para um público ativo, que tem o tesão de aceitar e propor convites”.
Quem é exótico?
A sinopse provoca. “Enquanto humanidade composta por tão rica diversidade, o que justifica a pecha de exótico atribuída a determinados povos e culturas? Quais são os critérios exotificantes? Como se constrói a exotificação do outro? Essas questões nortearam a criação de “Exóticus”, que tem dramaturgia de Túlio Paniago e Péricles Anarckos com encenação do TheatroFúria.
Exótico, do grego Exótikós, significa “alguém de fora, estrangeiro”. Já a palavra “estrangeiro” se origina do latim “extraneus” (estranho). A conotação de exótico, portanto, está relacionada à ideia de estranhamento e repulsa ao que vem de fora, que não é familiar, que é incompreensível.
O dramaturgo Túlio aponta que a própria cultura mato-grossense (e toda a diversidade que se estende para além do eixo Rio-São Paulo) tende a ser classificada como exótica.
“É uma concepção colonial. Uma cultura que se julga hegemônica define uma estética vigente e tudo que escapa à lógica é exótico, portanto inferior. Sob essa perspectiva, manifestações populares não são necessariamente culturais, e sim folclóricas. Quem produz arte regional não é artista, é artesão. Não se trata de uma disputa semântica, mas da construção de sentidos no imaginário coletivo. Citando Gilberto Gil, ‘não existe folclore, existe cultura’”, comenta Túlio Paniago.
Ficha Técnica:
Dramaturgia: Túlio Paniago e Péricles Anarckos
Direção: Péricles Anarckos
Atuação: Carolina Argenta e Péricles Anarckos
Produção: Carolina Argenta e Yasmin Moreira
Cenografia: Douglas Peron e Carolina Argenta
Iluminação: Victor Falcão
Figurino: Theatro Fúria
Serviço
Exóticus
17/05 20h no Espaço Backstage
Rua Ricardo Franco 546
Ingressos limitados: 60,00 (Peça + Festa)
disponíveis pelo www.theatrofuria.com informações: (65) 99234-2065